A lutadora de jiu-jitsu Maria Mendes vai disputar dois eventos da arte suave nos Estados Unidos. A atleta e também treinadora, de 38 anos, vai participar de duas edições do “Chickjitsu”. No dia 20 de julho, a edição do evento acontece em Largo, na Flórida. E uma semana seguinte, no dia 27, o torneio acontece em Tampa, também na Flórida.
– Eu já tinha recebido algumas oportunidades, mas como sou mãe e muitas coisas me prendem a uma rotina aqui no Brasil, acabei não tendo como ir. Agora estou abraçando essa chance de poder lutar e ainda conhecer um pouco da cultura americana nas artes marciais e vou aproveitar bastante essa oportunidade – afirmou.
Maria é um exemplo de superação dentro e fora dos tatames. Diagnosticada com fibromialgia, a atleta seguiu em frente, e agora busca colher os frutos da dedicação, também por ser atleta e mãe de quatro filhos.
– Sim, já ouvia sobre que eu poderia ter fibromialgia alguns anos, fazia vários exames, foram várias internações, muito sofrimento que sempre me prejudicaram. Mas eu não entendia, fui tentando vencer isso. Recebi o diagnóstico no início de 2021 e continuei tentando superar, encontrar uma forma de me livrar disso, e tive que ir m adaptando cada vez mais, pois eu não podia parar. Os médicos dizem que a fibromialgia não tem cura, então tenho que me superar todos os dias e me manter forte – revela.
A rotina atribulada não permite que Maria Mendes consiga se dedicar em tempo integral ao mundo da luta. Mesmo assim, a atleta capixaba, que é faixa-preta de jiu-jitsu, está confiante em trazer a medalha de ouro para o Espírito Santo.
– Logo que iniciei nas artes marciais fui descobrindo esse dom e por acompanhar o Paulo “Zé Doido” por todo esse tempo, isso me trouxe uma experiência muito grande nas artes marciais. Conhecer e trabalhar ao lado de grandes treinadores, por exemplo, o mestre Dedé Pederneiras, eu pude entender mais e vivendo na prática em grandes eventos, como o Shooto Brasil e outros. Então eu pude estudar mais como ser uma boa treinadora, tem que ter coração forte para ser treinador, ver seus atletas passando por algumas situações difíceis e ajudá-los a sair no momento da luta, além de superar períodos de treinamento – disse.
Moradora do município da Serra (Residencial Centro da Serra), Maria Mendes também dá aulas em um projeto social para crianças carentes e em vulnerabilidade, além de também ministrar aulas em bairros do município. Difundir o esporte nas comunidades vai ser uma contrapartida que a atleta irá devolver à sociedade.
– Eu por onde passo tento inserir as artes marciais e acolher crianças, jovens, adultos, homens e mulheres, independente da idade. Tenho ponto fixo de aulas sociais, e continuei um pequeno projeto em meu bairro, na minha garagem, e hoje organizo treinos e continuo levando os benefícios da prática de artes marciais. Se eu pudesse, teria me tornado treinadora de todas as artes marciais que existem. Mais hoje sou faixa preta de Jiu-jitsu, muay thai, e especialista no MMA, entre outras habilidades. Sou muito grata a todos que contribuíram para hoje eu ter esse conhecimento e poder dar continuidade levando transformação através do esporte – finaliza.
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